quarta-feira, julho 21

Uma breve reflexão

Tenho me sentido um pouco angustiada, não sei o porquê. Talvez por uma série de fatores. Tenho tido uma certa preguiça de existir, de correr atrás. E tenho dormido muito pela manhã. Eu dormi no ponto. Deixei o tempo passar. Mas continuo aqui com esse mesmo espírito. Agora eu me pergunto: por que não ir à praia e tomar um banho de mar? Se for urucubaca, o sal e a água espantam tudo de uma vez. A monotonia e a falta de movimento me causam isso. Como eu já sou assim, parada, não posso ter alguém me cobrando reações, o que pra mim já é muito difícil. Eu sou o tipo de pessoa que de repente se cala ao ouvir algo que discorda. Não posso suportar certas cobranças, porque eu já me cobro demais.
Eu estava aqui, pensando em algo para fazer e com essas inquietações na mente. Então resolvi seguir o conselho de uma amiga recente, mas que “quem vê pensa que se conhecem a anos”. Entre aspas por que essas foram as palavras, num tom talvez ciumento, do meu namorado depois de me ver cumprimentando-a num encontro casual. É inevitável a vontade de abraçar pessoas que pensam da mesma forma que eu e que tem a alma similar a minha. E tal amiga uma vez me falou: “Nunca deixe de escrever!”. E eu nessa agonia de pensamentos, procurando me achar, relembrei que essa é a única maneira que eu tenho de desabafar.
Vejo os dias passando e poucas coisas acontecendo comigo. Acho que cansei desse marasmo, dessa falta do que fazer e dessa mesmice. Tenho certeza que a ansiedade por algo novo, que se expressa na vontade de voltar logo a estudar, agrava esse meu sentimento. Pra piorar meu mal estar psíquico, tive um torcicolo a dois dias. Nesse caso, a limitação física também compromete a limitação mental. Ainda mais quando a lesão é próxima a cabeça. Tenho impressão que não consigo raciocinar perfeitamente, não movimentando- me livremente. É tudo uma tensão, uma pressão, uma cobrança que culmina na explosão de nós musculares que ser humano nenhum agüentaria sem uma sessão de uma hora de ioga por dia. O problema é que me falta essa sessão terapêutica. Mas o que não me falta é sono mal dormido de madrugada, uma criança mal criada que me acorda no mínimo 2 vezes no meio da noite aos berros, uma péssima posição para dormir dividindo uma cama de solteiro com essa minha adorável filha e um travesseiro alto.
Todo o problema físico passa a ter uma ligação quase metafórica ao que vem a acontecer no psicológico. Esse estilo de vida errado, sem uma prática saudável, tanto física quanto mental, tem que acabar para o meu pleno bem estar. E é com essa conclusão que eu findo mais uma reflexão com a certeza da eficácia desse método de auto-conhecimento que se chama escrever. E agradeço a minha nova amiga, Elis, que me abriu os olhos e me relembrou essa tão eficaz terapia.

Um comentário:

elise pierre disse...

escrever é terápico, é estar vivo, é reinventar a roda a cada segundo, é descobrir o óbvio, é se ligar novamente às pessoas, é expressar o que há de humano em nós. e vc, que tem habilidade pra isso e sente a vida pulsando nas pequenas coisas, precisa falar de tudo que é mais importante pra fazer o imenso favor de tirar a cegueira de nós outros. nunca deixa de escrever de falar que cada palavra sua é uma joia.

força!