terça-feira, dezembro 29


Um breve adeus

Longe é a distância que separa o pensar do agir. Não me importo que não estejas aqui. Pois sempre estiveste. Mesmo ao meu lado, tu não estavas ali.
Eu sei que a falta de ação gerou um abismo, não mais físico, mas um vão psíquico. Evitei, por medo, muitas situações. Boas ou ruins? Nunca saberei. Mas que na minha imaginação sempre existiram.
Que fascínio o inatingível me alcança. Do alto do céu ao chão de terra há um mistério que envolve o pensamento. Mas que nunca saberei decifrar. Não enquanto não vir o seu olhar. E espero que ele me diga algo. Mas é o meu, com olhos de bandeira, que me entregam no ar.
À essa hora tu já deves saber do que estou a falar. Outro dia nos veremos. Eu, com mais sapiência, vou parar de fingir que não te vejo. E tu, mais atencioso, talvez me tires pra dançar.

quarta-feira, dezembro 23

Prosódia

O eco do silêncio reflete no translucido horizonte da gota d'agua, que transborda copo a fora e derrama-se novamente no vácuo contínuo da memória.
Fisionomias lembráticas misturam-se na dança dos vultos apreensivos de uma noite de festa com luzes amarelas ofuscando aqueles olhos, grandes amêndoas castanhas.
Esquecimento repentino proposital, convencional e oportuno: Não sei quem sou.